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Zubeldía e a Convicção Tricolor: "Em 2025, o São Paulo Será Campeão da Libertadores"
Por Redação 1Soberano em 19/12/2024 11:21
A Paixão que Move Zubeldía
Luis Zubeldía, carinhosamente chamado de Lucho por sua família, personifica a paixão ardente pelo futebol, tanto dentro quanto fora de campo. Sua trajetória, que o levou de espectador da Libertadores pela televisão a técnico do gigante São Paulo, é marcada por uma intensidade que lhe rende até hoje reprimendas de sua mãe, devido ao seu comportamento explosivo à beira do gramado. As broncas maternas, transformadas em cartões amarelos, não parecem abalar sua essência autêntica, que ele considera crucial para o sucesso em sua função.
Aos 43 anos, Zubeldía acumula 19 cartões amarelos e duas expulsões em 45 partidas nesta temporada, números que refletem sua entrega total à profissão. Sua mãe, mesmo de longe, não se acostuma com o temperamento do filho. ?Outra vez cartão amarelo? Que vergonha... O que vão pensar??, ela questiona, sem obter uma resposta imediata do treinador. No entanto, para outras perguntas, Zubeldía tem respostas prontas, sempre com o coração à frente: ?Estou convencido que será neste ano, em 2025. Estou convencido que em 2025 sairemos campeões da Libertadores?, afirma com convicção.
A Autenticidade como Chave para o Sucesso
Antes de se tornar treinador, Zubeldía flertou com a carreira de jornalista, chegando a cursar a faculdade, mas retornou ao futebol. Ele preserva um hábito peculiar: gosta de se auto-entrevistar, acreditando que essa prática o motiva e o prepara para os desafios futuros. Essa autenticidade, segundo ele, é um pilar fundamental para o sucesso. Em entrevista ao ge, Lucho compartilhou memórias de sua infância feliz, suas preocupações com as redes sociais e sua imersão no universo tricolor, abordando temas como oportunidades para jovens talentos, a Libertadores, reforços, o Morumbi e o futuro do clube.
?Tenho 16 anos como treinador, mais de 600 jogos. Ao ganhar experiência, você vai se soltando mais. Quando começa na carreira, você vai olhando algumas condutas e ainda não tem uma personalidade consolidada. Hoje, trato de viver. Gosto de viver como vive qualquer torcedor. Um bom ponto de partida para ser treinador é ser autêntico.?, explica Zubeldía.
Compromisso Inabalável com o São Paulo
Apesar de sondagens de outras equipes e até mesmo da seleção do Equador, Zubeldía reafirma seu compromisso com o São Paulo . ?Veio a seleção do Equador e uma outra equipe importante, mas meu dever, meu compromisso é com o São Paulo . Eu disse a Belmonte, ao Rui e a todos: 'Pode vir o Real Madrid que não vou'. Por minha decisão, não posso causar um dano ao São Paulo . Sou comprometido, me jogo no projeto.?, declarou o treinador. Ele enfatiza que seu foco está totalmente no projeto do clube e que não se deixará abalar por rumores ou especulações.
Zubeldía também revela que se mantém motivado através de auto-análises constantes, antecipando perguntas que jornalistas fariam e buscando soluções para os desafios do dia a dia. Sobre o futebol brasileiro, ele afirma que nada o surpreendeu, mas ressalta que a exigência por resultados é constante. ?O que peço é que trabalhem em equipe. Preciso que estejam convencidos do que fazemos. Essa confiança dou sempre, apesar dos rumores. Tenho afeto dos torcedores. Muito. As redes sociais são parâmetro e não são. Não sei quem a controla. Se dizem que o Tite está chegando, não posso comprar isso. Não posso crer.?, completa.
Reforços e a Busca pela Consistência
O treinador do São Paulo planeja reforçar a equipe com cinco contratações como base, visando trazer mais consistência ao time. Ele reconhece a dificuldade de vencer como visitante no futebol brasileiro e busca jogadores que possam agregar valor e resultados. ?O que busco é uma certa regularidade. Aqui no Brasil é muito difícil vencer de visitante, precisa de consistência em todos os sentidos. Vamos tratar para que essas contratações nos tragam essa consistência. E na troca de jogadores, precisam nos dar resultado. Chegamos em sexto porque os meninos foram bem quando mudamos. As incorporações precisam nos dar isso.?, explica Zubeldía.
Zubeldía também abordou sua chegada ao São Paulo , revelando que inicialmente houve um desencontro com a diretoria, mas que logo se acertou. Ele enfatiza que, apesar de conversas mais acaloradas em alguns momentos, sempre manteve o respeito com a diretoria do clube. "Não, nunca. Alguma conversa mais quente em algum momento da temporada, porque considerava que precisávamos fazer algo, mas não podíamos como instituição. Normal. Não superamos uma linha.?, disse o treinador.
Adaptação e a Importância da Comunicação
Sobre a adaptação ao Brasil, Zubeldía admite que inicialmente não percebeu a importância da língua portuguesa, mas que hoje busca aprimorar seu domínio do idioma para se comunicar melhor com os jogadores. Ele também destaca a importância das imagens e da linguagem corporal na comunicação, quebrando barreiras idiomáticas. ?No começo, não me dava conta de como é importante a língua. Agora, uso palavras, conceitos, mas tenho a meu favor o uso das imagens, assim tenho mais impacto do que com as palavras. Vocês estudam Comunicação e sabemos bem que imagens numa palestra têm um impacto que quebra a barreira idiomática. A imagem ajuda mais o jogador conceitualmente, o trabalho em campo... Claro que é melhor falar o idioma. Agora, já me propus a trabalhar com um professor ou uma professora para começar a consolidar alguns conceitos. A princípio, não tive tempo. Mas creio que não foi um problema.?, compartilha o técnico.
Um episódio que chamou a atenção foi quando Zubeldía utilizou o transporte público em São Paulo , um hábito que ele mantém desde sua época como jogador, quando precisou cortar gastos ao perder o emprego. Ele afirma que essa experiência o ajudou a sair de sua "bolha" e a ter mais consciência do mundo ao seu redor. ?Aqui me sinto mais livre. Não sabia como era viver a três quadras do CT. Nunca aconteceu isso antes. Agora que vivo muito perto do CT, me permito caminhar. O transporte público não digo que uso sempre na Argentina, mas, se tenho que usar, eu uso. Não tenho problema com isso.?, explica o treinador.
A Consciência e a Empatia no Futebol
Zubeldía demonstra uma grande preocupação com o lado humano do futebol, afirmando que se sente mal quando o time não entrega um bom espetáculo para os torcedores. Ele valoriza a empatia e a consciência, buscando sempre entender o ponto de vista dos outros. ?Depois do jogo contra o Juventude (derrota por 2 a 0, na 37ª rodada), eu fiquei mal porque os 30 mil torcedores que foram ao estádio pagaram ingresso... Fiquei mal por mim, por não dar um bom espetáculo, um bom jogo. E essa consciência, essa empatia, nos faz não poder perder. Vivemos num mundo individualista. E temos de entender aos outros.?, disse o treinador.
No seu tempo livre, Zubeldía prioriza a família, o futebol, a leitura e atividades que o nutrem pessoalmente. Ele também evita rever jogos que resultaram em derrotas, preferindo analisar os erros e buscar soluções para os próximos desafios. ?O que eu gosto de fazer? Falar muito com minha esposa. Gosto de estar em família. Segundo, ver futebol. Futebol se cura com futebol. Se perco um jogo, vejo mais futebol, de todo lado. Preciso de futebol. Depois, gosto de ler, fazer coisas para mim. Mas basicamente estar em família.?, revela.
O Processo Decisório e a Aceitação do Erro
Zubeldía revela que não se arrepende de decisões tomadas durante os jogos, pois acredita que o treinador precisa conviver com o erro. Ele ressalta que o importante é aprender com os equívocos e buscar sempre evoluir. ?Não. É como ter o caminho A e o caminho B. Você toma uma decisão e pronto. E sou consciente disso. E sou consciente que o treinador precisa conviver com o erro. Porque se não viver com o erro, começa a crer que é um desastre. E não é assim. Claro que quanto menos erros se toma na tomada de decisões, melhor. Mas não é por que assume erros que tem de pensar que é ruim. Nessa parte tenho uma cabeça muito forte. Sei quando me equivoco e por isso não me faz falta ver tanto as partidas.?, disse o treinador.
O treinador do São Paulo também compartilha que, no início da carreira, lia livros de psicologia e autoajuda para fortalecer sua mente. Hoje, ele busca conhecimento em livros sobre futebol, como "Pirâmide Invertida", que aborda a história e a evolução do esporte. Um detalhe curioso é que Zubeldía sempre veste o uniforme do clube, com as meias por cima da calça, um hábito que ele adotou após uma experiência na Espanha e que guarda um segredo pessoal. ?Todo fim de semana tinha que decidir o que usar, ficaram me fotografando... Um dia, minha esposa disse: ?Por que não coloca a roupa do clube??. A partir de 2016, 2017, depois da experiência na Espanha, falei que ia usar a roupa do clube. Mas nem sempre ela é linda assim como essa (risos). Essa é muito linda. Sobre as meias, tem um segredo, mas não vou dizer. Tudo o que eu faço, não é casualidade. Não é casualidade.?, explica Zubeldía.
Saúde Mental e o Impacto das Redes Sociais
Zubeldía demonstra preocupação com a saúde mental dos jogadores, especialmente em relação ao impacto das redes sociais. Ele acredita que o mundo do futebol se tornou muito individualista, com os jogadores sendo vistos como produtos. Ele defende que é preciso regular as redes sociais para proteger os atletas de críticas e julgamentos. ?O ideal seria ter profissionais imersos aqui, sob o aspecto mental, mas também é difícil conseguir profissionais indicados, porque às vezes terminam prejudicando a rotina interna. Por isso não há muitos profissionais trabalhando com isso no futebol. O futebol está aberto a novas pessoas, mas às vezes elas terminam rompendo uma dinâmica.?, explica o treinador.
?E o futebol tem certos códigos que precisamos cumpri-los. Mas sem dúvidas o jogador hoje em dia se vê como um produto e esquecemos da parte humana. Há um entorno com muitas pessoas ao redor do jogador. Isso acontece muito no Brasil. O jogador ganha mais dinheiro, o mercado é maior, o futebol aqui está entre os cinco melhores do mundo, ou seis. Há muito interesse por trás do futebol, não só dos profissionais.?, completa o técnico.
O Caso James Rodríguez e a Busca por um 10 Ideal
Zubeldía aborda a questão da contratação de James Rodríguez, afirmando que o jogador não se encaixou na dinâmica da equipe. Ele explica que a busca por um camisa 10 ideal envolve avaliar não apenas a qualidade técnica do jogador, mas também sua capacidade de se complementar com os demais atletas. ?Creio que a questão do James passou complementariedade no meio futebolístico. Agora, me atrevo a dizer que no Rayo Vallecano vai passar o mesmo. A primeira pergunta que tem de fazer ao contratar um jogador, que creio que fizeram, não estou dizendo que não, precisaria falar com o Dorival e a comissão, mas é sobre a falta de um 10, como falta agora. Falta um 10. Entregamos alguém que tem bola parada, que joga bem com a bola. A segunda pergunta é em que posição vai jogar. Vai jogar atrás do 9. E quem vai tirar? Vamos tirar o Luciano. E o Luciano está mal? Não. Tem 15 gols por temporada. E como vamos questionar isso?? questionou Zubeldía.
O treinador revela que busca um jogador que possa atuar tanto como 10 quanto pelas laterais, oferecendo mais opções táticas à equipe. ?Em todo caso, diria: ?Me traz um 10 que pode jogar nos lados, que possa complementar Calleri, Luciano e Lucas, que se alguém sair ele possa jogar por dentro, mas também possa jogar por fora?. Para me dar possibilidades e ter todos como atores principais e importantes numa ideia de jogo. O que aconteceu com o James é que é muito centralizado e precisava jogar ali, ali, ali e ali tinha outros jogadores.?, explica.
A Importância da Base e o Futuro do São Paulo
Zubeldía demonstra confiança no potencial da base do São Paulo , especialmente na geração que venceu a Copa do Brasil sub-20. Ele afirma que pretende utilizar os jovens talentos em 2025, mas que é preciso ter paciência e oferecer oportunidades gradualmente. ?Sim. Há duas maneiras de trazer jogadores da base. Uma é comprar jogadores quase prontos de 17 anos; a outra é como o São Paulo faz. Pega jovens desde pequenos e os vai formando. É um processo mais lento e precisa ver se chegam à primeira divisão ou se emprestaremos. Não é bom estancarmos o jogador sem jogar, porque o perdemos.?, explica o treinador.
Ele também aborda a decisão de colocar William como titular em jogos da Libertadores, explicando que a estratégia envolvia a entrada de Luciano para mudar o panorama da partida. O treinador também se mostra satisfeito com os veteranos Rafinha e Luiz Gustavo, que, segundo ele, são exemplos de liderança e profissionalismo. ?Sempre quis que eles continuassem, o tempo determina a diretoria. Creio que tive uma grata surpresa com os dois. Trabalhar com eles é uma honra. São jogadores que eu converso muito e de tudo. Não apenas de futebol. Gosto quando o jogador atinge essa maturidade. Eles têm fome. Luiz Gustavo jogou mais no processo comigo.?, disse Zubeldía.
SAFs e o Futebol Moderno
Zubeldía expressa sua surpresa com o modelo das SAFs no futebol brasileiro, reconhecendo que elas trazem um funcionamento de empresa, mas que podem acabar perdendo a essência do esporte. ?Isso me surpreendeu estando dentro. Há equipes que vão por esse projeto e passam a competir. Por outro lado, ter uma equipe que está "privatizada", te dá um funcionamento de empresa com vários postos hierárquicos. E se perde muitas vezes o que tem o futebol.?, explica o treinador.
Ele também ressalta que o São Paulo precisa se adaptar à nova realidade do futebol, onde outras equipes tiveram um grande aporte financeiro, o que torna a competição mais acirrada. ?Quando eu estava fora do Brasil, eu : "O São Paulo tem de estar entre os cinco, entre os quatro. É normal o São Paulo se classificar para a Libertadores". Não é normal. Era normal antes, hoje apareceram outras equipes que tiveram inserção de agentes externos e ficou mais difícil competir. Não é normal. É preciso ver o contexto, aparecem situações, não é que estou em acordo ou desacordo, mas há essas outras equipes.?, completa o técnico.
O Ano do São Paulo e a Paixão pela Libertadores
Zubeldía avalia o ano do São Paulo , destacando a boa campanha na Libertadores e no Brasileirão. Ele afirma que o clube poderia ter conquistado mais pontos no campeonato nacional, mas que aprendeu com os erros. ?No Brasileirão foi bom. Só ver as equipes abaixo. E nunca me aconteceu de ficar em sexto, não poder subir e estar à frente uns 11 pontos. Isso nos atrapalhou a não chegar nuns 66 ou 67 pontos. Terminou sendo mau porque podíamos ter feito uns sete ou oito pontos a mais. Mas se aprende com isso.?, disse o treinador.
Ele também expressa a sua paixão pela Libertadores, afirmando que o São Paulo tem uma relação especial com a competição. ?Sim, muito. Falei para os jogadores numa palestra: década de 90, eu, neblina, olhando a televisão, Newell's chegando nesta instância, Vélez chegando nesta instância, neblina, um campo verde imenso, a bola que não sai nunca, jogadores brasileiros... Morumbi. Eu me criei com isso, escutando a rádio que muita gente não sabe o que é hoje. Os relatos do periodista. Pegava a bola e saía a jogar. Isso é São Paulo . Isso é o futebol do Brasil. Depois, ver a história. Nem tanto o Brasileirão, mas as Copas Internacionais. É o que tenho aqui (na memória).?, compartilha Zubeldía.
O Domínio Brasileiro na Libertadores e a Evolução do Futebol
Zubeldía analisa o domínio brasileiro na Libertadores, afirmando que o país tem grandes jogadores, um mercado forte e uma história no esporte. Ele também ressalta a importância do dinheiro e da qualidade dos jogadores para o sucesso na competição. ?Creio que o domínio dos brasileiros na Libertadores se deve primeiro a jogarem bem, aqui tem equipes que jogam bem, com grandes jogadores. E é um país com história. Brasil, Argentina e Alemanha, e coloco a França agora, é onde está a melhor matéria prima. Uruguai é grandioso, a Itália... Aqui tem bons jogadores. Injetam dinheiro nos clubes, é um mercado grande porque o país é grande, podem vender, contratar, tem consumo interno.?, explica o técnico.
O treinador também aborda a constante evolução do futebol, afirmando que é preciso se adaptar às mudanças e negociar entre o ideal e o que se tem. Ele explica que sua ideia de jogo evoluiu ao longo do tempo, incorporando elementos de posse de bola e transições rápidas. ?No futebol não há tempo, tem de fazer uma negociação entre o seu ideal, o que você quer e o que você tem. Não pode ir só com seu ideal, ele seguramente está distante da realidade. A partir daí você começa a dar nuances à tua ideia original. Muitas poucas vezes pude armar o ideal da minha cabeça.?, disse Zubeldía.
A Busca pelo Equilíbrio e o Papel dos Volantes
Zubeldía revela que busca um equilíbrio entre posse de bola e transições rápidas, buscando um jogo que combine elementos de "Rock'n'roll" e "música clássica". Ele destaca a importância dos volantes centrais na equipe, que, segundo ele, são os responsáveis por ditar o ritmo do jogo. ?Presto muita atenção nos volantes centrais, aqui são dois. Por dois motivo, se depois tivermos um terceiro, por fora ou dentro, que pensa mais como um 10, melhor. São três que prestam atenção. Se não, recai nos volantes centrais. Pensam como volantes para cobertura equilíbrio, como volantes para dar posse e como volantes de um pouco de Rock'n'roll. Entregar a bola e acelerar nos metros finais. E isso mostra porque os volantes se destacaram neste ano. Luiz se destacou, Bobadilla se destacou, são bons jogadores, mas dou a eles protagonismo. Liziero, Marco Antônio e que dirá Alisson, que já vinha jogando bem. Vamos incorporando os conceitos. Os volantes são chamados para ser os treinadores dentro de campo.?, explica o treinador.
O treinador também compartilha lições aprendidas com José Pekerman, que o descobriu como jogador. Ele destaca a importância de não se esconder da bola e de sempre buscar o protagonismo dentro de campo. ?Contra Gana, que eram os campeões africanos. Eram aviões, na época se dizia que com jogadores mal anotados (gatos), tinham um físico... Eu tinha bom físico, mas eles... Era rápido, então parecia que eu estava marcado, parecia que eu não queria a bola. No fim do primeiro tempo, me agarra Pekerman e me diz: "Como um volante da Argentina vai se esconder e não vai querer a bola? Quero que peça a bola". Isso me ficou na cabeça, ele tinha razão.?, disse Zubeldía.
A Origem e a Família como Base
Zubeldía conta que sua ida para o Lanús foi influenciada pela preocupação de seus pais com sua moradia, que, segundo ele, foi uma "mentira boa" para convencê-lo a assinar com o clube. Ele também relembra sua infância feliz, marcada pelo amor e pela liberdade. ?Resulta que no meu primeiro dia de Lanús, eu estava contente, tinha geladeira, tudo, mas o tipo que me recebeu me disse: "Não, essa habitação não, vamos a essa". Quando abriu a porta, não havia nem colchão. Não havia televisão, geladeira, nem colchão. Me trouxeram um colchão (risos). Lanús é minha casa. Nesta época, estavam crescendo e precisavam incorporar bons jogadores e foi uma mentira leve. Queriam me contratar.?, revela o treinador.
Ele também compartilha que se identifica com o filme "Cinema Paradiso", que retrata a história de um jovem que sai de sua cidade em busca de seus sonhos, perdendo o contato com a família. Zubeldía também destaca a importância do filme "Rocky", que o inspira com a mensagem de superação e apoio. ?Gostei muito de um italiano que vi recentemente: Cinema Paradiso. Gostei muito porque se trata de um menino que sai do seu povo em busca dos seus sonhos. Não voltava sequer para ver a mãe. A mim passou um pouco isso. É o preço que pagamos por irmos em busca dos nossos sonhos: perder tempo com a sua família, sua mãe, seu pai.?, disse Zubeldía.
A Influência de Bielsa e a Visão Política
Zubeldía relembra que o presidente do Lanús o comparou a Marcelo Bielsa, uma referência para ele no mundo do futebol. Ele também compartilha um conselho recebido do treinador argentino, que o orientou a não abandonar o mais simples e a negociar apenas o que considera essencial. ?Perguntei o que ele poderia sugerir para a minha carreira. ?Luis, duas coisas. Primeiro, não abandone o mais simples. E segundo, você vai ter que negociar algumas coisas com quem o contrata. Anote quais não negociaria. Ele estava dirigindo o Lille, da França, e lá faziam coisas que ele não queria. Foi meu único vínculo com o Marcelo.?, compartilha o técnico.
Sobre a política argentina, Zubeldía afirma que deseja um político que gere trabalho interno e defenda os interesses do país. Ele também expressa sua preocupação com a distribuição de riqueza e a necessidade de ajudar os mais necessitados. ?Com respeito à política, sempre digo que quero um político que gere muito trabalho interno, muito consumo interno. Que defenda os interesses do país, recursos do país. Que possa necessitar os mais necessitados, porque a distribuição de riqueza está sendo cada vez mais selvagem. Estamos em países numa zona complicada.?, disse Zubeldía.
O Futuro e a Busca por Conquistas
Zubeldía revela que seu objetivo na carreira é se manter ativo e buscar grandes conquistas. Ele também destaca a importância de estar sempre atento às mudanças no futebol, como novas regras e tecnologias. "Quero me manter ativo. Desde quando eu virei treinador, mudou muito o regulamento. Há 15 anos era impensável que um goleiro fosse melhor que um zagueiro. Beckenbauer foi espetacular porque de zagueiro dava passes que hoje qualquer jogador do campo dá. Estava à frente da época dele. Com o tempo, virou zagueiro para ver o jogo de frente. Estamos falando de 50 anos.?, explica o técnico.
E, para finalizar, Zubeldía reafirma sua convicção de que o São Paulo será campeão da Libertadores em 2025, demonstrando sua confiança no projeto e sua paixão pelo clube. ?Estou convencido que será neste ano, em 2025. Estou convencido que em 2025 seremos campeões da Libertadores. Alguns vão dizer: não, está colocando muita pressão. Estou convencido. Agora, temos de fazer certos movimentos, dar um formato, começar bem, competir bem, mas estou convencido que se formos dando passos fortes de que podemos ganhar a Libertadores. Ou vamos seguir insistindo. E a maneira é ingressar ano após ano.?, finaliza o treinador.
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