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Salários Inflacionados e Dívidas Assombram o Futebol Paulista

Por Redação 1Soberano em 26/12/2024 10:15

A Realidade Financeira dos Gigantes Paulistas

Em um cenário onde as finanças de Corinthians e São Paulo se encontram em estados delicados, com dívidas que se aproximam e ultrapassam a marca de R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, respectivamente, a contratação de jogadores com salários exorbitantes levanta questionamentos. Enquanto as agremiações lutam para quitar dívidas que acumulam juros cada vez mais altos, a chegada de atletas com vencimentos milionários parece contraditória.

O Corinthians, por exemplo, ostenta o maior salário do futebol brasileiro com Memphis Depay, que recebe R$ 3 milhões mensais. Logo atrás, no São Paulo , o recém-chegado Oscar embolsa R$ 2,3 milhões por mês, ocupando o terceiro lugar no ranking nacional. Esses valores, somados a outros custos, elevam o montante gasto pelos clubes em salários, criando um ciclo vicioso de endividamento.

O Peso dos Juros e Encargos

Para além dos salários, os clubes paulistas enfrentam o problema dos juros. O São Paulo , em seu balanço de 2023, demonstra preocupação com a situação, mencionando inclusive fatores externos como conflitos internacionais: "O cenário internacional adverso e a instabilidade econômica e política no Brasil, atingiram diretamente o ambiente de negócios brasileiro em 2023, reduzindo os fluxos financeiros internacionais. As incertezas são pautadas pelo movimento dos juros americanos e no Brasil, bem como a volatilidade adicional trazida pelos conflitos internacionais, como as guerras entre Rússia e Ucrânia e Israel e o Hamas. Fatores que impactaram a atividade econômica no mundo, com especiais reflexos no mercado de crédito e, de maior interesse para o SPFC, no mercado de negócios do futebol".

O Tricolor paulista desembolsou R$ 89,4 milhões em "despesas financeiras", que são, em sua maioria, valores gastos com juros e encargos de empréstimos. Já o Corinthians teve uma despesa financeira líquida de R$ 127,4 milhões em 2023, mais que o dobro do ano anterior. Esse montante inclui R$ 40,45 milhões com juros sobre financiamentos, quase R$ 4 milhões em variação cambial, R$ 68 milhões com atualização monetárias de impostos não pagos, R$ 1,68 milhão em IOF e mais R$ 24 milhões em "outras despesas financeiras".

Custos Anuais e a Lógica da Gestão Financeira

Considerando 13 salários anuais, Oscar terá um custo de cerca de R$ 30 milhões para o São Paulo , sem contar os tributos. No caso de Memphis, o custo anual para o Corinthians se aproxima de R$ 40 milhões. Essa realidade demonstra o quão oneroso é para os clubes manterem jogadores com salários tão elevados, especialmente quando as dívidas já comprometem grande parte de suas receitas.

Em uma analogia com as finanças pessoais, é como se uma família endividada, com dificuldades para pagar os juros, decidisse gastar valores exorbitantes com luxos desnecessários. A lógica financeira aponta para a necessidade de priorizar a quitação das dívidas e o controle dos gastos, mas o que se observa nos bastidores do futebol paulista parece seguir uma direção oposta.

A Contradição entre Gastos e Endividamento

É inegável que o futebol movimenta paixões e grandes quantias de dinheiro, mas a gestão financeira de clubes como Corinthians e São Paulo parece descolada da realidade econômica. Enquanto as dívidas se acumulam e os juros corroem o orçamento, a contratação de jogadores com salários milionários cria um paradoxo que coloca em xeque a sustentabilidade financeira dessas instituições.

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