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A Trajetória de Oscar: De Ídolo na Ásia a Reforço no São Paulo
Por Redação 1Soberano em 24/12/2024 12:00
O Retorno de um Talento Promissor ao Brasil
Permito-me expressar minha satisfação: a volta de Oscar ao Brasil, para vestir a camisa do São Paulo, representa o retorno de um dos jogadores mais notáveis que o país apresentou nas últimas duas décadas. É um armador de alto nível, com um talento que nossa memória pode não estar valorizando totalmente.
Acompanhei de perto os primeiros passos de Oscar no futebol profissional. Eu estava trabalhando como jornalista cobrindo o Internacional quando ele chegou ao clube em 2010, vindo do próprio São Paulo após uma saída polêmica. Inicialmente, ele foi integrado ao time sub-23, onde conquistou o Campeonato Brasileiro da categoria, e logo depois foi promovido ao elenco principal. Participou do Mundial de Clubes de 2010, naquele jogo contra o Mazembe, entrando durante a partida.
Ascensão no Internacional e Destaque na Europa
Nos dois anos seguintes, ele brilhou intensamente, seja atuando ao lado de D?Alessandro, seja substituindo o argentino quando este se lesionava. Conquistou o bicampeonato gaúcho (2011 e 2012) e a Recopa Sul-Americana de 2011. Ele era o principal destaque do time, comandado por Dorival Júnior, na Libertadores de 2012, quando uma liminar o impediu de jogar por um mês ? resultado de sua saída controversa do São Paulo . Ele ficou de fora do primeiro jogo contra o Fluminense nas oitavas de final, fase em que o Inter acabou sendo eliminado.
No entanto, são dos treinos de Oscar que minhas lembranças são mais vivas. Não que ele treinasse melhor do que jogava, mas porque ele treinava diariamente, com uma consistência notável, no mesmo nível de dedicação que demonstrava nos jogos. Naquela época, os repórteres tinham acesso aos treinamentos, e eu ficava à beira do campo, impressionado com Oscar: sua velocidade de raciocínio, seu domínio de espaço, sua capacidade de mudar de posição, sua qualidade técnica, seu drible, sua agilidade. Era evidente que sua ida para a Europa era uma questão de tempo, o que se concretizou em meados de 2012.
O Brilho no Chelsea e a Decisão de Ir para a China
Oscar foi contratado pelo Chelsea. E sua estreia como titular deixou a torcida inglesa atônita. Contra a Juventus, em um jogo da Liga dos Campeões, ele marcou dois gols ? um deles, um golaço: recebeu de costas, deu um toque de calcanhar para se livrar de Pirlo (!) e mandou a bola no ângulo do goleiro Buffon (!!). Uma jogada incrível. Naquele mesmo ano, para a felicidade do Corinthians, o técnico Rafa Benítez optou por deixá-lo no banco na final do Mundial de Clubes.
O jogador brasileiro permaneceu no Chelsea até o final de 2016. Embora não tenha mantido o mesmo nível de sua estreia, ele teve uma passagem notável pelo clube londrino, com 203 partidas e 38 gols. Conquistou duas vezes a Premier League, uma Liga Europa e uma Copa da Liga Inglesa.
A Idolatria na Ásia e o Desafio no São Paulo
Após sua saída do Chelsea, Oscar gradualmente se afastou dos holofotes do grande público. Dois fatores contribuíram para isso. O primeiro foi a decisão de atuar no futebol chinês. O segundo foi o fatídico 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014.
Ao aceitar a proposta do Shanghai SIPG, hoje Shanghai Port, Oscar se tornou o terceiro jogador mais bem pago do mundo, atrás apenas de Messi e Cristiano Ronaldo, com um salário quatro vezes maior do que recebia no Chelsea. É claro que a decisão foi motivada por questões financeiras. Oscar trocou um grande palco por mais dinheiro ? uma escolha pessoal, mas que talvez tenha sido um desperdício de talento.
A ida para a China, no entanto, não foi uma aventura passageira. Oscar permaneceu lá por oito anos, se tornou um ídolo e um dos maiores nomes (talvez o maior) desta fase de investimentos massivos no futebol local. Conquistou quatro títulos nacionais. Mas foi muito menos visto do que em seus tempos de Brasil e Europa.
O Legado na Seleção e o Retorno ao Brasil
Apesar disso, ele foi titular na Copa do Mundo de 2014. Assim como toda aquela geração, acabou marcado pelo vexame contra a Alemanha, embora tenha sido um dos melhores jogadores do Brasil no torneio. Foi dele o único gol brasileiro no 7 a 1. Ao final da Copa, foi eleito para a seleção do campeonato. Ainda foi convocado por Tite no ciclo seguinte, mas em 2016 deixou de ser chamado. Já faz quase uma década que ele não é convocado para a Seleção.
Para o São Paulo , a grande dúvida é como Oscar estará em termos de competitividade. Aos 33 anos, tendo passado oito anos em um mercado menos exigente, talvez seja otimismo esperar que o jogador mostre a mesma qualidade de quando surgiu. Mas ele é um profissional tranquilo, um atleta que se cuida ? e teve pouquíssimas lesões na carreira, nenhuma delas muito grave. A expectativa é de que ele se torne um grande reforço para o time paulista.
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