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A polêmica passagem de James Rodríguez pelo São Paulo: relato de Rafinha
Por Redação 1Soberano em 19/11/2024 14:12
A Amizade, a Contratação e o Conflito
Em recente entrevista ao podcast "Denílson Show", o lateral Rafinha, ex-companheiro de James Rodríguez no Bayern de Munique, desvendou detalhes da passagem conturbada do meia colombiano pelo São Paulo Futebol Clube. A relação entre ambos, marcada pela amizade e colaboração na contratação de James para o Tricolor em agosto de 2023, sofreu um revés significativo durante a breve estadia do jogador no Brasil. Rafinha , um dos principais entusiastas da chegada do astro, contribuiu ativamente para convencer James a aceitar a proposta do clube paulista.
No entanto, a harmonia entre os amigos ruiu devido a divergências quanto ao comprometimento nos treinos. Segundo Rafinha , James demonstrava relutância em adotar o mesmo ritmo intenso de seus companheiros, alegando que "não era seu estilo" se dedicar a treinamentos vigorosos. Essa postura gerou atritos e afetou o desempenho e a posição do colombiano no time.
A falta de empenho nos treinos acabou por prejudicar a performance de James, que acabou ofuscado pelo destaque de Lucas Moura. Essa situação gerou uma conversa franca, e por vezes acalorada, entre Rafinha e James.
A Conversa Difícil e as Consequências
"(James é) Meu parceiro, irmão, mas brigamos aqui (no São Paulo )... Ele ficou bravo porque eu fui chamar atenção dele, né? Jogamos junto no Bayern, fomos campeões de tudo. Ligamos para ele as férias inteiras para vir para cá, sempre dando aquela força. Aí chegou aqui...", iniciou Rafinha , descrevendo o confronto com o amigo. A diferença entre o ambiente no Bayern de Munique e a realidade no São Paulo foi um fator preponderante para o desencontro.
Rafinha descreve James como um jogador de grande talento, mas ressalta a diferença entre o estilo de jogo no Bayern e no São Paulo : "O James é o Ronaldo da Colômbia, camisa 10, capitão, estrela maior dos caras. É craque, um fenômeno jogando. Só que, no São Paulo , eram um monte de 'soldadinhos'. Só que ele chegou e achou que tinha que chegar jogando. E aí a gente foi dando uns toques nele, para treinar um pouco mais, fazer um trabalho mais fora para entrar em forma logo, e aí ele reclamava: 'Mas não é meu estilo'. E realmente... Ele não corria nem no Bayern, como é que vai correr aqui? Mas (no Bayern) era outro jogo, outro time", argumentou.
A falta de adaptação e o contraste entre o prestígio de James e o desempenho de Lucas Moura resultaram em um sentimento de desvalorização por parte do colombiano. A situação se agravou quando o técnico Dorival Júnior questionou a postura de James, confrontando-o sobre a relação entre seu rendimento nos treinos e sua utilização em campo. "Aí foi passando o tempo e ele sentiu que não estava com o prestígio que ele sentia. Na hora que ele chegou, quem tinha esse prestígio era o Lucas, que era e continua sendo o nosso craque. O Lucas é um fenômeno, uma máquina. Lucas estava atropelando, e o James mais na dele", seguiu Rafinha .
Profissionalismo e Desempenho
"Então, (James) se sentiu desprestigiado, queria mais atenção para ele. Só que não tinha como. (O técnico) Dorival (Júnior) chegou para ele e falou: do jeito que você treina, como que vou te usar, vou tirar quem do time?'", relatou Rafinha , descrevendo a intervenção do treinador. O confronto culminou em uma conversa direta entre Rafinha e James, que inicialmente se mostrou irritado com a cobrança. "No dia que a gente chamou (James) para conversar, ele ficou zangado comigo... Eu falei: 'Não sou treinador, sou jogador igual a você, se quiser que eu fale alguma coisa para ajudar, vamos falar'. Aí ele baixou um pouco a guarda", salientou Rafinha , mostrando o esforço para solucionar o conflito.
Apesar das divergências, Rafinha fez questão de destacar o profissionalismo de James durante sua passagem pelo São Paulo . "Ainda segundo o experiente ala, apesar de não se esforçar nos treinos, o meio-campista jamais faltou a algum trabalho ou deu "migués" para não aparecer no CT da Barra Funda. "Tem que ser sincero: (James) foi profissional. Nunca faltou com respeito, nunca chegou atrasado, o papel dele fazia certinho. É bom falar também, porque o torcedor só vê a gente no sábado ou domingo. Às vezes tem imagem do James preguiçoso, mas é diferente. No nosso time, não tinha como tirar ninguém", finalizou.
A curta passagem de James Rodríguez pelo São Paulo terminou com apenas 22 jogos, 2 gols e 4 assistências. Atualmente, no Rayo Vallecano, o jogador ainda busca retomar o destaque que o consagrou internacionalmente. Até o momento, ele registra apenas 136 minutos em 6 partidas pela equipe madrilenha, sem gols ou assistências.
Conclusão: Uma História de Amizade, Expectativas e Realidades
A história de James Rodríguez no São Paulo serve como um estudo de caso sobre as complexidades do futebol profissional. A alta expectativa gerada por sua contratação, combinada com a realidade de um ambiente competitivo e as diferenças culturais e de estilo de jogo, contribuíram para uma passagem marcada por altos e baixos, conflitos e uma eventual decepção para todos os envolvidos. A transparência de Rafinha ao relatar os bastidores oferece uma visão mais completa, que vai além dos números e resultados em campo.
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