1. 1Soberano

Presidente do São Paulo pede Fair Play Financeiro no Futebol Brasileiro

Por Redação 1Soberano em 09/09/2024 09:01

Fair Play Financeiro no Futebol: A Necessidade de Regulamentação

Júlio Casares, presidente do São Paulo, em entrevista exclusiva à ESPN, fez um apelo contundente à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a implementação do Fair Play Financeiro no futebol brasileiro. O dirigente argumenta que a medida é crucial para garantir a saúde financeira e a competitividade do esporte nacional.

Casares defende que o sistema, já presente em outras ligas internacionais, deve ser aplicado de forma igualitária a todos os clubes, independentemente de serem Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) ou não. Para ele, a regulamentação é fundamental para evitar que clubes com maior poder aquisitivo distorçam o mercado com investimentos desproporcionais.

"Na questão do fair play, a nossa preocupação, e aqui não há nenhuma colocação ao clube SAF ou não, é que você tenha uma regulação da atividade, onde um clube que fatura X não pode ter investimento na contratação de um jogador que seja acima do seu faturamento. Nós temos que pensar no mercado. Que fatura mais porque foi muito competente ou porque tem uma torcida maior, pode dentro de um percentual, estabelecer um teto de investimento", afirma Casares.

Fair Play Financeiro no Futebol Brasileiro: Presidente do São Paulo Defende Regulamentação
Foto: (Victor Monteiro/W9 PRESS/Gazeta Press)

Transparência e Combate à Ciranda de Atletas

O presidente do São Paulo também expressou preocupação com a falta de transparência nas negociações de atletas entre grupos que detêm a propriedade de clubes no Brasil e no exterior. Casares questiona a validade de transações entre clubes de um mesmo grupo, levantando a suspeita de que algumas negociações podem ser mascaradas para beneficiar os próprios investidores.

?Outra coisa que nos preocupa são grupos que representam um clube no Brasil e são donos de outros clubes no mundo, onde fazem uma ciranda de atletas. Coloca atleta ali, depois vende o atleta para o próprio grupo. Eu não sei qual foi o tipo de valor, se foi de mercado ou corporativo, e eu sou sócio talvez de alguns atletas que já tiveram vendas internacionais de grupo para grupo. Eu questiono: ?Os meus 15% foram de mercado ou foram questões de transações corporativas?? Chegou a hora da CBF abrir esse espaço!?, questiona o dirigente.

Fair Play Financeiro: Equilíbrio Esportivo e Proteção ao Futebol

Casares argumenta que a implementação do Fair Play Financeiro não se trata de um "choro" de clubes com menor poder aquisitivo. Para ele, a medida visa garantir o equilíbrio esportivo e evitar que clubes com maior faturamento distorçam a competição com investimentos exorbitantes.

?Pela primeira vez eu vejo um entendimento desses grandes clubes para tocarem em situações difíceis que são arbitragem, calendário e fair play financeiro. E o fair play financeiro não é choro de quem fatura menos. Hoje você vê o Botafogo liderando?O Flamengo, por exemplo, o que ele vai fazer dentro do orçamento dele, é problema do clube. Agora, você ter um faturamento que tem o teto X e investir em futebol acima desse teto, há um desequilíbrio esportivo. Isso é muito claro?, explica o dirigente.

SAF: Uma Oportunidade com Riscos

Casares reconhece o potencial da SAF como modelo de gestão para os clubes, mas alerta para a necessidade de cautela na escolha dos investidores. Ele destaca a importância de atrair investidores sérios e comprometidos com a saúde financeira e o desenvolvimento do clube, e não aventureiros que buscam lucros rápidos e podem levar o clube à ruína.

?É claro que um clube que fatura um bilhão vai poder investir mais do que aquilo que fatura 500 milhões. Isso é da natureza do mercado, mas temos que ter regras. Se não, os clubes vão se tornar uma SAF, cada um decidindo da sua forma, porque não há salvação?, alerta Casares.

?Eu não sou contrário a SAF, isso pode ser discutido um dia, mas o que vai valer mais: uma SAF com investidor que pega um clube organizado ou investidor com o pires na mão, como vimos no Brasil em três ou quatro situações, totalmente arrebentado. E esses clubes não conseguem mais se recuperar. E eles podem vir com um dono sério ou com aventureiro. É isso que o futebol como patrimônio do povo tem que ser protegido?, finaliza o presidente do São Paulo .

Curtiu esse post?

Participe e suba no rank de membros

Comentários:
Ranking Membros em destaque
Rank Nome pontos