Botafogo: A consagração de um gigante

A trajetória vitoriosa do Glorioso

O ano de 2024 ficará marcado na história do Botafogo. Depois de 29 anos, a equipe alvinegra voltou a erguer a taça do Campeonato Brasileiro. A conquista, selada com uma vitória emocionante sobre o São Paulo por 2 a 1, no Estádio Nilton Santos, representa o ápice de uma campanha memorável. Trata-se da terceira vez que o clube conquista o principal título nacional, somando-se aos triunfos na Taça Brasil de 1968 e no Brasileirão de 1995.

O Botafogo finalizou a competição com impressionantes 79 pontos, seis a mais que o vice-campeão Palmeiras. A solidez defensiva, com apenas 29 gols sofridos e cinco derrotas em 38 rodadas, foi um dos pilares do sucesso. A torcida, vibrante e apaixonada, transformou um verso da canção de Belchior em um hino de esperança: "Ano passado eu morri. Mas esse ano eu não morro". A frase resume a superação dos traumas e medos do passado, culminando em conquistas memoráveis, primeiro na Libertadores e agora no Brasileirão.

Artur Jorge, o comandante da equipe, entra para a história como o terceiro técnico português a conquistar o Brasileirão desde 2019, seguindo os passos de Jorge Jesus e Abel Ferreira.

O jogo decisivo e o caminho para a glória

Embora a definição do título tenha se estendido até a última rodada, o confronto com o São Paulo , com um time misto, não representou o ápice da campanha. O momento crucial foi a vitória esmagadora por 3 a 1 sobre o Palmeiras no Allianz Parque, na rodada anterior. Essa vitória praticamente garantiu o título, deixando o Palmeiras dependente de resultados alheios.

A partida contra o São Paulo , apesar de tensa, teve um clima peculiar. O Botafogo, com a vantagem consolidada, podia até empatar, enquanto o São Paulo , com o rival Palmeiras como beneficiado por uma vitória, parecia desinteressado. De fato, o início da partida foi morno, com baixa intensidade e uma atmosfera de festa misturada à ressaca da conquista da Libertadores. A sensação era de que o título era apenas uma questão de tempo.

O gol do Fluminense contra o Palmeiras, aos 36 minutos do primeiro tempo, acendeu a chama da arquibancada. Quase que imediatamente, Savarino, com um golaço de categoria, abriu o placar para o Botafogo, encobrindo o goleiro após roubo de bola de Igor Jesus. Esse foi o primeiro grito de "é campeão" no Nilton Santos naquele dia, mas não seria o último.

Emoções e superação em campo

O jogo, apesar da superioridade botafoguense, não foi sem sustos. William Gomes empatou para o São Paulo aos 17 minutos do segundo tempo. O Botafogo reclamou de falta na jogada, mas o árbitro Anderson Daronco e o VAR mantiveram a decisão. Apesar do empate, a equipe mostrou a maturidade adquirida ao longo da temporada, superando a tensão com a mesma tranquilidade exibida na final da Libertadores, mesmo com um jogador expulso no primeiro tempo.

A reta final serviu como uma homenagem a Rafael, lateral-direito que se aposentava após oito meses afastado dos gramados, ganhando minutos em campo. A torcida, entoando "Tá chegando a hora", viu o gol da vitória marcado por Gregore aos 47 minutos do segundo tempo, confirmando o título.

O Botafogo, com uma campanha impecável, demonstrou consistência e estratégia, conquistando o título de maneira merecida.

Ficha técnica da partida

Botafogo 2 x 1 São Paulo

Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

Data/Hora: 8/12/2024, às 16h (de Brasília)

Árbitro: Anderson Daronco (Fifa-RS)

Assistentes: Bruno Boschilia (Fifa-PR) e Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO)

Cartões amarelos:

Gols: Savarino, 36'/1ºT (1-0); William Gomes, 17'/2ºT (1-1); Gregore, 47'/2ºT (2-1)

Botafogo: John; Mateo Ponte, Adryelson, Marçal e Alex Telles; Gregore e Marlon Freitas (Allan); Luiz Henrique (Rafael), Savarino (Matheus Martins) e Almada (Tchê Tchê); Igor Jesus (Tiquinho Soares). Técnico: Artur Jorge

São Paulo : Jandrei, Igor Vinicius (Michel Araújo ), Ruan, Alan Franco, Sabino e Patryck; Marcos Antônio (Rodriguinho), Santi Longo e Rodrigo Nestor; André Silva (João Moreira) e William Gomes. Técnico: Luís Zubeldía